Capitulo 27

TEMPO, TEMPO, TEMPO...

 Alguns meses passaram, eu estava no meu penúltimo semestre de Odontologia. Trabalhando no consultório da minha madrinha e juntando dinheiro pra abrir meu próprio consultório junto com o Junior.

  Acordei cedinho pra faculdade, me arrumei rápido e corri

- Bom dia – disse sentando na mesinha onde meu grupinho de amigos ficavam

- Bom dia – Junior disse – Cê fez o trabalho?

- Fiz sim, ta aqui no pen drive

- Me da aí, vou juntar com a minha parte

- Certo

  Dei o pen drive e ele ficou editando, comprei um café e quando deu o toque nós fomos pra aula.

   A aula de hoje seria pratica, atenderíamos algumas pessoas com o auxilio do professor. Eu e Junior sempre fazíamos dupla, por conta do nosso futuro consultório, apesar do nosso namorado, nada abalou na nossa amizade e nos nossos futuros negócios juntos, graças a Deus.

  Quando a aula terminou eu fui pra casa da Livia, almoçaria com ela e depois me encontraria com o P no trabalho dele pra jantar.

  Cheguei na casa da Liv e quem atendeu foi a mãe dela

- Ooi meu amor – ela disse me abraçando

- Ooi tia

- Entra

  Entrei e fui procurar a Livia

- Ooi amiga, cheguei agora da faculdade

- Eu também, vim direto pra ca

- Vida corrida a nossa – risos – Vamos almoçar

- Vamos sim, tô MORRENDO de fome

- E eu também

  Nós almoçamos juntos da irmã dela e da mãe. Amo aquela família, sempre me trataram como uma pessoa da família mesmo.

  Eu e a Livia passamos a tarde toda conversando, assistindo filme, comendo, dando muita risada e no final da tarde eu tomei um banho, troquei de roupa la mesmo e fui me encontrar com o P.

  Cheguei na empresa e todos ali já me conheciam

- Ooi Dona Lorena

- João, eu já disse pra me chamar só de Lorena

- Desculpa – risos  - É o costume

- Eu te perdoo, seu patrão ainda ta aí?

- Ta sim, mas eu acho que ele ta em reunião

- Reunião?

- Sim. Acabou de entrar uma moça aí

- Mas ele marcou comigo nesse horário

- Vou olhar aqui a agenda dele

- Olha aí

  Fui pegar um agua e quando passei do lado da sala dele, eu ouvi uns gemidos, achei estranho até o João me dizer que ele não tinha horário marcado com ninguém.

  Bati na porta e depois entrei. Me deparei com a cena mais imunda que já tinha visto na minha vida. Uma vagabunda sentada no colo dele, beijando ele

- Eu posso sair o que é isso? – Gritei e todo mundo do escritório olhou

- Lorena? – Pedro disse espantado – O... O que você ta fazendo aqui?

- Ontem você marcou comigo aqui seu idiota, mas parece que você acabou se confundindo ne – Disse olhando aquele projeto de gente do lado dele

- Não é o que você ta pensando

- Aaaaaai me poupe dessa fala de novela – disse botando minha bolsa em cima da mesa dele – Você – disse apontando pra vagabunda – Sai agora

- Hã? Como assim? Minha querida, você que chegou depois

- Eu vou contar até dez, no cinto eu quero você FORA DAQUI

- Pode contar

 Comecei a contar e no 10 eu abri o olho e ela ainda estava la.

- Ta certo, vai ter que ser do modo difícil

  Tirei meu sapato e atraquei no cabelo imundo dela.  Joguei ela no chão da sala

- João, chama o zelador pra tirar esse lixo daqui

- Lorena, não preci... – Pedro disse se aproximando

- E você cala a sua boca, a minha conversa com você é outra – disse olhando pra ele. A vadia foi embora e eu fechei a porta, mas abri por esquecer uma coisa – Vocês, estão dispensados, podem ir embora

- Não podem não – Pedro disse

- Podem sim, cala a boca

  Tranquei a porta e sentei

- Vamos la, eu amo desculpas imundas, começa

- Não tenho nada pra falar. Eu sei que eu errei, mas ela apareceu e eu sou homem né Loh. Você quase nunca faz sexo comigo, quando faz é com um desgosto horrível, parece que eu to te forçando

- Hmm. Então é tudo questão de sexo?

- Sim, fora isso você é uma mulher maravilhosa e se você quiser a gente pode esquecer isso e recomeçar – ele disse se aproximando

- Não se aproxima muito, só deus sabe do que eu sou capaz de fazer agora. Deixa eu te falar uma coisa – sentei na cadeira dele – Eu não tô dizendo isso por você ter me traído e eu querer sair como a bixona, mas eu nunca te amei Pedro, por isso eu não sentia PRAZER em fazer sexo com você, sim, eu me sentia forçada, eu só não queria ficar sozinha e eu achava que você era um bom homem. Você chegou na minha consulta, passou 10 dias ligando pra minha secretaria te dar meu celular, eu achei realmente que você fosse um homem legal. Mas é impressionante como um misero segundo pode acabar com todos os nossos pensamentos. – Levantei – Por favor, não me procura mais

- Lorena, espera por favor. Vamos conversar, entrar em um acordo

- Acordo? Que acordo rapaz, agora eu tenho que erguer a minha cabeça depois dessa covardia que você fez. Eu não quero te ver nem pintado de ouro

- Poxa Lorena

- Só uma pergunta, desde quando você ta com ela?

- Pra que saber disso?

- FALA

- A dois meses

- Meu Deus, a dois meses você ta me traindo e eu nem desconfiei

- Por favor Loh, espera

- Sai

  Sai da sala e corri pro meu carro. Meu coração estava partido em milhões, bilhões, trilhões de pedaços, como é ruim se decepcionar com alguém. Eu não amei ele de verdade, mas eu estava apaixonada, estava aprendendo a amar.